Meu momento

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Quem saiu perdendo?



Pode parecer horrível o que vou dizer. Posso receber críticas (e sei que vou) mas cada um sabe onde o calo lhe aperta mais. Podem dizer que não sou mãe o suficiente, que não sou forte o suficiente, que sou isso, que sou aquilo...

Mas analisando tudo que me ocorreu, todo o fim do meu casamento, se tivesse sequer percebido que ele estava no fim, não teria tido meu segundo filho.

Vou tentar explicar o porquê. Se é que ele existe...

Sou filha única e sempre achei isso "um pé no saco", mas ao mesmo tempo, um paraíso...

Porém, meu ex-husband tem apenas 01 irmã e sempre disse que ter irmãos é muito saudável, você aprende a dividir, a ser mais tolerável, blá blá blá...

Até pensei que seria bom dar um irmãozinho para meu filhote e como ele já estava com 4 anos e meio, achei que seria o momento ideal. Foi quando chegamos à conclusão de que já estava na hora mesmo. Me lembro direitinho que ainda falei: "Isso é fácil. Basta tirar meu contraceptivo." lembro que só me respondeu: "Então pode marcar sua consulta no Gineco."

Mas pra minha surpresa (e dele também) tirei o tal em maio/2006 e em junho/2006, lá estava eu gravidíssima. Nos assustamos pela rapidez. Claro que vibramos muito mas deu o mesmo friozinho na barriga de quando ficamos "grávidos" da primeira vez. Além dos velhos pensamentos que nos consome: "Começar de novo... Juntar dinheiro, fraldas, noites em claro, choro, gracinhas... mas vai valer a pena!"

Mas vejo que, se naquela época já havia o sentimento (da parte dele) de que o casamento estava acabando, como eu, em sã consciência teria tido um filho? Acho que já sou bastante crescidinha pra saber que filho não segura casamento. Mas se eu tivesse percebido isso, não teria engravidado.

E hoje, apesar dele estar aí, firme, forte, lindo, saudável, porque que esses pensamentos ainda me consomem. Acredito que se fosse apenas 01 filho, acho que minha dor seria menor. Mas me vejo hoje completamente abandonada emocionalmente e com 2 crianças pequenas, com idades e vontades muitos diferentes. Enquanto um requer atenção, outro requer cuidados. Como me dividir nesse mundo?? E como ainda querer ser mulher, me sentir atraente, gostosa e sexy se sou apenas mãe?? Quem um dia quando criança imaginou que sua mãe fazia sexo com seu pai?? Nunca!!! Mãe é Mãe... Mãe não transa.

A questão é que não tenho tempo pra mim. Minha vida se resume em trabalho, escola e casa. Sou mãe em período integral e profissional em horário comercial. Não saio, não vou ao cinema, não vou ao salão (Depilação?? Esquece... Pé e mão?? Pode esquecer também...), quando vou ao shopping lá estão eles comigo e tudo vira uma tortura (ou loucura, sei lá)... Ou levo os 2 pra fila do almoço, ou deixo os 2 sozinhos na mesa enquanto vou comprar o almoço. Já tentou entrar com um carrinho de bebê no provador feminino?? Não precisa!! Eu já testei e não entra... Ou seja, mãe não é mulher!

É a hora que vem aquela revolta do fundo do útero: "É um filho de chocadeira, mesmo!!!"

Mas quando chego em casa, depois de longuíssimas horas de trabalho, e os dois vêm me receber com aqueles sorrisos mais gostosos do mundo, alí mesmo eu me desarmo. O que seria da minha vida hoje, que além de ter que lidar com esta maldita separação, se não fosse essas duas figuraças??? São eles que muitas vezes me trazem pra realidade de que eu perdi apenas um marido, mas ele perdeu esposa que o amava e todo o crescimento e desenvolvimento dos nossos meninos.

2 Cométários que me fizeram feliz!:

Marsyah disse...

Flávia,

Filho é uma benção mesmo. Eu me lembro que foi ela, foi pensar na minha princesa que me impediu de fazer uma loucura. Se não fosse a minha filha, acho que não estaria aqui hoje.

Essa fase é muito, muito difícil. Ser mãe-sozinha - é isso mesmo, sozinha - não é facil, mas a boa notícia é que passa (você sabe disso,né), demora mas passa. E quem perde mais nessa história é ele. O meu, agora que se dá conta disso, que perdeu uma boa parte da vidinha da princesa e corre atras do tempo perdido.

Forte, é isso que a gente tem que ser. Força, é o que eu desejo pra você hoje.



Bjux!

SGi/Sonia disse...

Ai Flávia, senti cada palavra do que você disse.
Olha, quando eu estava sozinha grávida do meu primeiro filho era barra, tinha que trabalhar pra ganhar uns trocos, por sorte ou azar sei lá, eu fazia uns trabalhos freelancer uma loucura, tinha dias que chovia eu não tinha carro, andava de ônibus mesmo, lotado, claro que sentada, mas era uma loucura, daí chegava a época das vacas magras, nenhum dinheirinho no bolso e só dependendo da ajuda dos meus irmãos... Um perrengue danado! Meu orgulho não deixava eu pedir ajuda pro meu marido(nós "casamos" depois de tudo).
E eu pensava que nunca fosse dar certo, que eu acabaria fazendo tudo errado, como eu iria cuidar de um bebê, essas coisas, agora tá tudo certo, porque sempre melhora.
Não se sinta sozinha nesse pensamento, é que o difícil é verbalizar...

Beijins

 
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